Scrum - Projetos Ágeis e Pessoas Felizes

Cesar Brod

Capítulos

Prefácio da 3ª edição (rolling edition)

Embarcando na viagem ágil, por Cláudio Machado

Prefácio da 2ª edição

Dos pesquis aos bahs e tchês, passando pelas Cataratas do Iguaçu, por Carolina Borim

Prefácio da 1ª edição

Duas cesarianas no mesmo dia, por Franklin Carvalho

Parte I

Para entender o Scrum

Parte II

A prática do Scrum

Parte III

Aprimorando o Scrum

Parte IV

Outros usos do Scrum

Parte V

Dinâmicas Ágeis

Parte VI

Crônicas do Isolamento Social

Posfácio

A resposta é 42

Capítulo 9 – Product Backlog Refinement

Iteratividade no refinamento do Product Backlog, um exemplo de protótipo prematuro e um exercício usando o que você já conhece sobre Scrum.

Jeff Sutherland, já citado inúmeras vezes neste livro (afinal, ele é um dos pais do Scrum), defende que o Scrum, para conquistar a adesão total de uma empresa ou instituição, deve apresentar ganhos notáveis de produtividade imediatamente após a sua adoção. Por isso Jeff propõe uma abordagem extremamente agressiva de começar um projeto já com Sprints de uma ou duas semanas e comprovar um aumento de velocidade de 300% no desenvolvimento logo após esse período.

Minha própria prática tem demonstrado que esse número não é nenhum absurdo. Infelizmente, uma cultura muito forte, motivada por velhos paradigmas de concorrência, impede que empresas fornecedoras de software que adotam o Scrum divulguem amplamente seus dados de aumento de produtividade. Há a máxima de que “se meus clientes sabem que minha produtividade é grande, vão querer que eu cobre mais barato”. Balela total. Se o cliente é capaz de medir um bom retorno de investimento em um tempo curto, ele ficará feliz em investir o que for necessário. Nós temos de migrar do modelo antiquado de remuneração de horas trabalhadas para a recompensa pelo uso da inteligência e criatividade. Boas empresas conquistarão os melhores clientes não por esconder a forma como desenvolvem produtos e serviços, mas por alardear aos quatro ventos a sua capacidade hiperprodutiva com equipes que atingiram o Ba (veja o quadro na seção “Como montar uma equipe Scrum”, no Capítulo 4).

Infelizmente, por muitos anos, a técnica foi colocada como domínio do técnico. De novo é Platão descrevendo o diálogo entre Sócrates e Íon: o pai recomenda ao filho cuidado em uma corrida de bigas. Um cocheiro entenderia muito melhor os perigos da corrida do que um médico, ou um arquiteto, concordam pai e filho. Toda e qualquer técnica, hoje, tem de pertencer ao domínio de seu usuário. Cabe ao técnico tornar isso verdade ou perder o seu emprego.

Imagine um jogo moderno para dispositivos móveis, como o excelente Candy Crush Saga, e um jogo de xadrez ou gamão. Enquanto eu escrevia a primeira edição deste livro, participei de um evento da ONU, em Istambul, sobre o uso de tecnologias da informação na melhoria da governança pública e na prevenção de conflitos. Tive a grata oportunidade de passar o final de semana, antes do evento, com minha sócia na época, a Joice Käfer Marrero. Ensinei-a a jogar xadrez, com algum tempo, em uma típica casa de chá turca, com direito a narguilé. Precisamos do tempo, da paz do momento e do tabuleiro apropriado para a prática do jogo. Eu servi de tutor e fiscal das regras para o xadrez.

Agora, se o jogo de xadrez não existisse e você tivesse de desenvolvê-lo, como é que isso aconteceria usando o Scrum? Imagine que você é um entediado imperador da Índia, seis séculos antes da era cristã, querendo algo para se divertir… Qual seria o seu Product Backlog?

Pouco se fala sobre o cenário de desenvolvimento em um projeto, algo que é feito brilhantemente por Frederick Brooks Jr. em O projeto do projeto. Essa é uma das coisas que eu exploro em meus Sprints Zero, mas isso é um assunto para depois. Neste momento, concentre-se na sua lista de desejos para um jogo no qual dois reis ou imperadores lutarão pela conquista de um território.

Em um cenário de desenvolvimento ágil, o Product Owner (que será o representante do imperador durante o desenvolvimento do jogo ou, preferencialmente, o próprio imperador) poderia capturar os seguintes requisitos:

  • Jogo no estilo de tabuleiro, para dispositivos móveis e desktop web, em que o representante máximo de uma nação desafia, intelectualmente, o da nação inimiga.
  • O representante da nação vale-se de seus fiéis escudeiros: guardiões do castelo, guardiões espirituais, guardiões de armas e sua rainha como seus protetores estratégicos e arautos em sua luta. Além disso, na linha de frente, peões fiéis e dispensáveis, com o uniforme vermelho da Federação Unida dos Planetas, podem ser usados como buchas de canhão.
  • Cada peça deverá ter um movimento distinto, de forma a serem identificadas não só pelo seu aspecto, mas pela sua forma de ação.
  • Assim como no Candy Crush Saga, o jogador não terá de ler um manual de instruções para conseguir evoluir no jogo e em suas fases.

Se você não conhecesse o jogo de xadrez, será que a solução desenvolvida se assemelharia ao jogo existente? Leia os requisitos e comece a rascunhar algumas ideias antes de seguir adiante. Se possível, apresente esse cenário a outras pessoas e colete suas ideias em um mapa mental.

Capítulos

Prefácio da 3ª edição (rolling edition)

Embarcando na viagem ágil, por Cláudio Machado

Prefácio da 2ª edição

Dos pesquis aos bahs e tchês, passando pelas Cataratas do Iguaçu, por Carolina Borim

Prefácio da 1ª edição

Duas cesarianas no mesmo dia, por Franklin Carvalho

Parte I

Para entender o Scrum

Parte II

A prática do Scrum

Parte III

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Parte IV

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Parte V

Dinâmicas Ágeis

Parte VI

Crônicas do Isolamento Social

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