A psicologia histórico-cultural de Vigotski teve forte influência no materialismo histórico dialético, no qual o ambiente, o organismo e o fenômeno moldam o sujeito e também é modelado por ele. Para Vigotski é na relação com o mundo que o sujeito cria suas concepções enquanto um ser que é social, sendo então, ele, resultado de um processo sócio-histórico. Sendo assim, o sujeito é um reflexo de suas interações sociais em um determinado contexto cultural e histórico.
Os afetos vêm daí: dessa dinâmica relacional entre nós e o mundo que nos rodeia, dentro de um tempo e lugar determinados.
Pensando nisso, vamos nos atentar ao nosso local de trabalho. Faça o mesmo exercício anterior (do espelho) com o espaço que você utiliza para trabalhar:
➣ Olhe para ele e perceba sua organização, seus espaços vazios, o que nele te traz sensações ruins e boas? Ele é delimitado ou ele é de uma outra área da sua casa? Ele é compartilhado? O que pode ser mexido, remexido? Ele possui elementos que te inspiram? Anote suas observações.
Assim sendo, pensar sobre saúde física e mental no home office encobre pensar sobre uma saúde preventiva e integrada através do autoconhecimento. Para isso ser possível, é capital um real comprometimento com a sua saúde e bem-estar. Ainda que tenhamos muitos profissionais que possam conduzir e auxiliar a gente nessa caminhada, a autonomia apropriada do processo é a mudança de chave que precisa ser valorizada.
Autonomia em nada tem a ver com estar sozinho, é sobre se apropriar de si e dos espaços que você ocupa. Ela é base fundamental para um bom desenvolvimento em home office. Deixarei aqui, alguns convites para que você olhe, repense e transforme o seu espaço de trabalho em uma realidade que você deseja viver. Autonomia também é sobre estar junto, em relação, não precisamos fazer e dar conta de tudo, isso não é sinônimo de alta performance. Lembre-se, a saúde também pode ser simples!