Scrum - Projetos Ágeis e Pessoas Felizes

Cesar Brod

Capítulos

Prefácio da 3ª edição (rolling edition)

Embarcando na viagem ágil, por Cláudio Machado

Prefácio da 2ª edição

Dos pesquis aos bahs e tchês, passando pelas Cataratas do Iguaçu, por Carolina Borim

Prefácio da 1ª edição

Duas cesarianas no mesmo dia, por Franklin Carvalho

Parte I

Para entender o Scrum

Parte II

A prática do Scrum

Parte III

Aprimorando o Scrum

Parte IV

Outros usos do Scrum

Parte V

Dinâmicas Ágeis

Parte VI

Crônicas do Isolamento Social

Posfácio

A resposta é 42

4.1 – A Ordem nascida do caos

Quem me apresentou ao Scrum foi o Alexandre Marcondes em um encontro do grupo Solivre-PR (que depois tornou-se Solivre-X) em Ivaiporã, no Paraná, em 2006. Depois da apresentação do Alexandre, parei para perguntar-me quanto tempo fazia que eu estava envolvido com gestão de projetos e o quanto pude aprender com a experiência alheia. Na época, eu já havia feito apresentações sobre o que chamei de “evolução de uma metodologia orgânica de desenvolvimento”, contando, sobretudo, a história que levou ao desenvolvimento de vários dos sistemas hoje mantidos pela cooperativa Solis.

Posso dizer que, especialmente a partir do final de 1992 (mesmo ano em que conheci o sistema operacional Linux, mas essa é história para outro livro), fui me envolvendo de maneira crescente com a gestão de equipes e projetos. Como vim da área de suporte de hardware e as primeiras equipes que gerenciei trabalhavam com o suporte a clientes, estava já acostumado com o imprevisível quando, gradualmente, fui migrando para a gestão de ambientes e desenvolvimento de software.

Talvez por ser virginiano (até demais, como alguns dizem), sempre me interessei por metodologias de trabalho que levassem a uma maior satisfação e produtividade, com liberdade de ação e valorização de talentos. Programação é, antes de tudo, uma arte. Porém, antes disso, todo trabalho bem-feito é também uma obra de arte. Assim, devemos conciliar nosso compromisso de “entregas” para nossos clientes com alguma forma de darmos a devida “liberdade criativa” aos que as estão produzindo.

Com uma frequência maior do que eu gostaria, ouço pessoas dizerem que, muitas vezes, não existe a “maturidade” suficiente para que se permita um trabalho sem um absoluto controle e que as pessoas não podem trabalhar “soltas”. Eu aprendi que, devidamente motivada, a pessoa trabalha dentro da agenda combinada com sua equipe e entrega seus projetos dentro dos prazos com a alegria de que fez algo porque quis e não porque foi obrigada a fazê-lo.

Clientes, gestores e equipes envolvidos em um projeto devem concordar em uma visão, um plano de ação e serem todos cúmplices de sua execução. A transparência deve existir do início ao fim do projeto, da sua negociação comercial até a sua entrega e aceitação. A motivação para a realização do trabalho se constrói por meio da visão da produção de um bem comum, que servirá a todos os envolvidos, não só como um produto final, mas como uma oportunidade de aprendizagem e interação com outras pessoas. Cada um que trabalha no projeto deve sentir-se automotivado pela vontade de aprender, crescer, ser remunerado de acordo e fazer parte de um ambiente que valoriza seu potencial e respeita sua liberdade.

Meu livro de cabeceira sobre engenharia de software ainda é O mítico homem-mês, escrito em 1975 por Frederick Brooks Jr., o qual tive a honra de traduzir para o português em 2009. Ele acaba passando pouco tempo na minha cabeceira, pois sempre o empresto quando sinto que ele pode servir a alguém. Esse livro influenciou tanta gente que uma busca no Google pelo seu título em inglês (The mythical man-month) já permite que você absorva boa parte das ideias do autor, mesmo sem ler o livro. Se o inglês não é uma língua familiar para você, tente os resultados em português. No entanto, se a falta do conhecimento da língua inglesa é realmente o seu caso, você deveria se preocupar. Não conhecer a língua inglesa é um dos principais pontos de bloqueio no avanço em uma carreira na área de tecnologia da informação e em muitas outras.

Mas, voltando ao livro, Fred observa que, quando um projeto está atrasado, adicionar novas pessoas ao projeto servirá apenas para atrasá-lo ainda mais. Ele também diz que devemos considerar o tempo que perdemos em gestão e comunicação quando temos pessoas demais trabalhando em um projeto e que, ao calcular o tempo de desenvolvimento de qualquer coisa, temos de dobrá-lo, pois é muito fácil nos esquecermos de que o programador precisa de “tempo para pensar” além do “tempo para programar”. A forma simples e objetiva com a qual Fred via as coisas, já em 1975, cai como uma luva nas metodologias ágeis de desenvolvimento. As metodologias ágeis destacam-se por reconhecer que mudanças acontecem no decorrer do desenvolvimento de um projeto e que o cliente deve estar envolvido e presente durante sua execução. Essa presença é necessária porque a interação entre as pessoas será constante e o produto final deve ser amigável a ponto de, praticamente, prescindir de manual de instruções. O framework, o conjunto de atitudes Scrum, é complementado pelas práticas de Extreme Programming e, a meu ver, acaba servindo tanto como uma evolução para aqueles que já usam Extreme Programming como um excelente ponto de partida para a aplicação dessas práticas.

No jogo de rugby, o “scrum” é a forma de reiniciar o jogo após uma falta acidental ou outro incidente em que não é possível determinar quem cometeu a falta. No basquete, acontece algo semelhante quando o juiz não consegue determinar para qual time deve ir a bola e a joga para cima, à frente de um jogador de cada time. Só que, no rugby, todos os jogadores se posicionam em um bolo humano para competir pela bola no reinício de jogo. Não é tão simples como eu descrevi (ou entendi), há regras quanto à forma como a bola deve ser retomada, mas já dá para ter uma ideia. O termo “scrum” foi associado ao desenvolvimento, pela primeira vez, no artigo “The new new product development game”, de Hirotaka Takeuchi e Ikujiro Nonaka. No artigo, os autores dizem que deve ser adotada uma forma de desenvolvimento em que toda a equipe trabalha como uma unidade para atingir um objetivo comum. Exatamente como é feito quando se tem de avançar a bola em um “scrum” no jogo de rugby (Figura 4.3).

Figura 4.3 – Um “scrum” no jogo de rugby (Fonte: Wikimedia)

Além de Hirotaka Takeuchi e Ikujiro Nonaka, outros nomes estão envolvidos na conceituação e no posterior desenvolvimento das metodologias ágeis, dentre eles, Peter DeGrace e Leslie Hulet Stahl, autores de Wicked problems, righteous solutions: a catalog of modern engineering paradigms (em que o termo “Scrum” foi especificamente associado a software). Jeff Sutherland, Ken Schwaber, Mike Cohn e Mike Beedle são alguns outros nomes pelos quais você pode procurar no Google se quiser aprofundar seu conhecimento no assunto.

Buscas ágeis no Google Muitas vezes, nas oficinas que coordeno, costumo demonstrar algumas maneiras de acelerar o encontro de informações no Google. Essa “sessão” informal da oficina acabou por se tornar uma minioficina independente. A seguir, um resumo do tema, com exemplos de pesquisas voltados a questões de agilidade e Scrum. Observe que o Google não liga a mínima para acentos ou maiúsculas e minúsculas (é = ê = e = E = É …)
Nesta coluna, os operadores e chaves Nesta coluna, em negrito, o que deve ser digitado na caixa de busca do Google. Abaixo do texto em negrito, o tipo de resultados retornados.
Palavras em conjunto: E Métodos ÁgeisRetorna todas as páginas que tenham, simultaneamente, as palavras Métodos E Ágeis, independente de onde estiverem no texto
O operador OR Métodos OR ÁgeisRetorna todas as páginas que contiverem a palavra Métodos e também todas as que tiverem a palavra Ágeis
As aspas “Métodos Ágeis”Retorna as páginas que contiverem a expressão “Métodos Ágeis” (as duas palavras são buscadas em conjunto, como se formassem uma Única)
Combinações são válidas (SEMPRE) “Métodos Ágeis” “Modelo Cascata”
Métodos Ágeis Programação Extrema
Métodos Ágeis OR Cascata
“Métodos Ágeis” OR “Cascata”
Excluindo resultados de busca com o – (menos) “Agile Methods” -scrum -extreme
Definições (a chave define:) define:”Métodos Ágeis” define:”Scrum”
Limitando endereços (chave inurl:) “Métodos Ágeis” inurl:brodApenas retorna resultados naquelas urls que contém a palavra “brod”
Limitando a um site (chave site:) “Extreme Programming” site:brodtec.com
Tipo de documento (filetype:) “metodologia orgânica de desenvolvimento” filetype:pdf
Mais combinações “software livre” engenharia filetype:pdf site:brodtec.com
“software livre” engenharia filetype:pdf site:brodtec.com OR site:unicamp.br
Procurando palavras dentro do texto (chave intext:) “Métodos Ágeis” intext:Scrum filetype:pdf “Métodos Ágeis” intext:Scrum filetype:pdf intext:abstract intext:mestrado intext:dissertação intext:”Cesar Brod” filetype:pdf
Todas as palavras no título (chave allintitle:) allintitle:”Métodos Ágeis”allintitle:”Métodos Ágeis” site:facebook.com

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A prática do Scrum

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