Como capitão de uma nave espacial, quero que a função de inserção da data estelar seja feita de forma automática, para eu não ter que ditá-la a cada entrada no diário de bordo.
Você já leu sobre User Stories nos capítulos 5 e 9 deste livro (e provavelmente em outros lugares também). Nessa dinâmica, vamos escrever várias delas para o produto que estamos desenvolvendo em nossa equipe. Para isso, vamos usar o formato sugerido por Mike Cohn:
Como [ator] desejo realizar [ação] para atingir [objetivo].
Primeiramente, dentro da equipe, olhando para o Storyboard, os participantes escreverão as histórias que digam respeito ao mesmo. Por exemplo, no caso do aplicativo Pega-totó:
Figura 18.1 – Exemplo de um storyboard para o aplicativo Pega-totó!
A seguir, peça que os integrantes de cada grupo, usando os chapéus de clientes, usuários, equipe de marketing e de produto busquem expandir o produto, pensando em outros atores que possam também usá-lo. Novas histórias devem surgir. Ainda usando o Pega-totó como exemplo:
- Como dono do Totó, desejo que o aplicativo gere alertas quando das datas de vacinação para que eu mantenha meu pet sempre saudável.
- Como veterinário, desejo criar um calendário com datas de consulta para que meus clientes lembrem-se de trazer seus pets para as mesmas.
- Como dono de pet shop, quero alertar os donos de animais sobre as promoções que tenho na loja, a fim de aumentar as minhas vendas.
Incentive as equipes a criar novos Storyboards, agora focados em cada um dos novos atores que imaginaram para o aplicativo. Não é incomum que, nessa dinâmica, até a Storyboard original seja aprimorada. Nesse momento é sempre importante pensar nas funcionalidades que agregam valor aos usuários, aos patrocinadores do produto, sem a preocupação nos aspectos técnicos de desenvolvimento.
A seguir, peça que as equipes “saiam para o mercado”. Elas devem apresentar seus Storyboards aos colegas e, preferencialmente, a desconhecidos em uma cafeteria. Greg Nudelman recomenda abordar as pessoas na fila do café e oferecer para pagar o café a elas, em troca da apresentação do Storyboard. Isso funciona! Na interação com esse público, novas histórias tendem a surgir: anote cada uma delas em uma nota adesiva.
As dinâmicas propostas neste capítulo (18) e no anterior (17) não invalidam o uso de mapas mentais, sugerido no Capítulo 5. É até saudável que eles sejam usados antes da construção dos Storyboards e aprimorados na evolução das mesmas.
Mapa de empatia Quando estamos criando um produto, é muito importante que conheçamos o melhor possível quais as pessoas que irão se beneficiar dele. Nada melhor, portanto, que nossos Storyboards sejam apresentados a usuários que representem o nosso público-alvo mas também a usuários “aleatórios” que podem trazer ideias absolutamente inéditas e inovadoras: “Eu não usaria um produto assim, mas se ele fizesse isso…” Temos que nos colocar no lugar daqueles que utilizarão o nosso produto e a ferramenta do Design Thinking chamada “mapa de empatia” nos ajuda muito nisso. Com esse mapa você define o nome e a idade de uma pessoa e, dentro do grupo, conversa sobre ela: o que ela pensa e sente, fala e faz, ouve e vê, quais são suas dores e necessidades. Há muitos livros e materiais disponíveis na web sobre Design Thinking e suas ferramentas. A empresa Resultados Digitais produz muito material prático sobre o assunto e o artigo deles sobre o uso de Mapas de Empatia é um excelente lugar para você começar a aprender sobre esse assunto: https://resultadosdigitais.com.br/blog/mapa-da-empatia/ |